segunda-feira, 21 de junho de 2010
Meleca e germes no cardápio
Na semana que passou o Luiz entrou em pânico, com medo de morrer. Ele já começou a segunda-feira amuado, mas no início nem imaginei que o motivo seria esse. Na terça queria dormir na minha cama, não queria que eu ficasse longe dele e estava mais agarrado do que o de costume. Nesse dia também teve dor de barriga. No seguinte acordou calado e reclamando de enjôo e ânsia de vômito. Achei que poderia ser sintoma de virose e recomendei que não fosse para aula. Chegando em casa a Néia disse que ele tinha passado bem, mas muito quieto. Sem que nem porquê me perguntou se ele ia "tiver vivo" daqui a 3 meses quando o irmão nascesse. Na quinta acordou choroso e muito aflito. Achei que era ansiedade por causa da festinha marcada para o ínicio da noite. Conversei, dei mil recomendações para que ele ficasse calmo e fui para o jornal.
Mais tarde liguei para saber como ele dele e de repente ele começou a chorar no telefone sem parar No início nem consegui entender o que se passava, até que ele começou a dizer que não queria morrer ainda criança, que não queria ficar "ansoso", mas que não estava conseguindo. Na hora de ir para a aula o vô conversou com ele e matou a charada. A professora falou na segunda sobre germes que causam doenças e podem até matar. Disse ainda que as pessoas podem ser contaminads por eles se comer unha e meleca. Foi ai que complicou. Tudo isso deu um nó na cabeça do rapazinho, que confessou comer meleca "só de vez em quando" e unha "só quando tinha 4 anos".
Ele ainda está com medo de morrer e falando muito em doenças, mas pelo menos passou a dor de barriga e ânsia de vômito. Imagino o terror que ele sentiu durante esses dias remoendo a possibilidade de morrer por ter comido unha e meleca.
Esse é um medo normal da idade e acredito que foi desencadeado pela aula sobre os germes. Além do mais descobrir que a gente morre é sempre um trauma. Eu fiquei sabendo em Guarapari (ES). Acho que tinha a idade do Luiz. Quem me contou foi o Fernando. Nunca me esqueci desse dia.
O fato é que ele é muito saudável, há muito tempo não pega nem uma gripinha de leve, come muito bem e está parecendo um tourinho de tão forte. Mas não posso deixar de confessar que entrei em pânico junto com ele por causa dessa história e comecei a chorar sem parar com medo de que alguma coisa de ruim acontecesse com meu adorável rapazinho. Mas passou logo. A Néia, que tem um coração enorme de mole, também teve de segurar para não chorar perto dele.
Mas no fim, como diz o Leo, foi apenas "mais um dia de emoção" lá em casa.
PS: De noite, a caminho da festa, ele voltou ao assunto dos germes. Disse que eles são mini e que só podem ser vistos pelo "estetoscópio"
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